Francois Chatelet
Hegel
A mais elevada destinação da Arte é a que ela tem em comum com a Religião e a Filosofia. Como estas, ela é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais profundas do espírito.
Já dissemos mais elevada; os povos depositaram na arte suas idéias mais elevadas, e ela constitui muitas vezes para nós o único meio de compreender a religião de um povo. Mas ela difere da Religião e da Filosofia pelo fato de possuir o poder de dar uma representação sensível dessas idéias elevadas que as torna acessíveis a nós. O pensamento penetra nas profundezas de um mundo suprassensível a que se opõe como um além da consciência imediata e da sensação direta; busca com toda liberdade satisfazer sua necessidade de conhecer, elevando-se acima do aquém, representado pela realidade finita. Mas essa ruptura, realizada pelo espírito, é seguida de uma conciliação, obra igualmente do espírito; ele cria por si mesmo as obras de belas-artes que constituem o primeiro elo intermediário destinado a reatar o exterior, o sensível e o perecível ao pensamento puro, a conciliar a natureza e a realidade finita com a liberdade infinita do pensamento abrangente.
===
A Arte tem algo em comum com a Religião e a Filosofia segundo HEGEL. Ela também penetra no suprassensível ou metafísico; ou ainda no inconsciente trazido à luz por Freud e trabalhado por seus
seguidores dentre os quais Carl Gustav Jung. Tanto Jung como o cientista Gustave Geley advogam a tese que os elementos da Arte estariam no inconsciente.
Jung vai mais longe quando admite a possibilidade da Arte trazer elementos do Inconsciente Coletivo. Explicando: assim como nossos corpos trazem toda a carga de sua filogênese, desde as espécies mais simples; o nosso inconsciente pode carregar elementos das mais antigas civilizações terrenas. Expressas todas através de arquétipos das mais diversas civilizações.
Dessa forma um pintor, um músico, um poeta pode trazer de seu inconsciente elementos ancestrais, completamente desconectados com sua atual e presente existência, e com sua atual e presente
racionalidade.
Os momentos de êxtase criativo proporcionam a ruptura com a Racionalidade Ocidental e a imersão nesse outro contingente de informações. Quando Hegel nos fala do suprassensível é nisso que se refere em última instância.
Uma obra de arte, ao expressar uma universalidade proeminente tende a mostrar exatamente isso. Traduz elementos arquetípicos das diversas etnias espalhadas pelos cinco continentes.
Sei que é algo complexo. Não pelo Hegel mas pela minha impossibilidade em traduzir mais simplesmente os pensamentos expostos pelo nosso Hegel.
Paulo Cesar Fernandes
28/06/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário